quinta-feira, 13 de outubro de 2016
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Uma teoria sobre a dependência contábil em geral
A Contabilidade depende de todos os departamentos de uma empresa para atuar. Faz parte de um setor legal, conclusivo, dependente e orientador de todos os processos internos de uma organização.
A contabilidade registra fatos. É então preciso os acontecimentos se desenrolarem para posteriormente haver a consideração de um ato em fato. Até que istovenha a ocorrer, existe a demanda de um tempo geralmente mensurado em dias. Quantos dias se leva, é o ponto de partida para a contabilização ser efetuada. Mas, há uma outra parcela de tempo a considerar: o tempo interno da empresa, aquele que pode ser chamado de tempo dos departamentos da organização. O quanto o departamento “X” e o funcionário “Y” demorarão para disponibilizar o ato em fato materializado para a Contabilidade. Quando eles assim o fizerem, a Contabilidade estará pronta para registrá-lo. Será? Não.
Em que momento de um mês, da semana, de um fechamento, o fato ocorrido vai chegar ao nosso departamento, o grande interessado? Caímos aqui também na questão do tempo. A Contabilidade não é, como os outros departamentos também não são, “padaria”. Esobre isto, nenhum departamento num lugar que possa ser chamado de organização, funciona como tal.
Numa administração, o fluxo de trabalho tem que funcionar segundo uma ordem, uma rotina. O fato acontecido entra então numa rotina de trabalho previamente pensada e implantada, no que se compara ao trabalho de um Técnico de futebol, onde é necessário haver uma ordem das coisas para que tudo flua bem. Sem contar que seres humanos não são máquinas, e que estão sujeitos a influência de muitos fatores que poderão atrapalhar a questão do seu próprio tempo pessoal. Mas, uma vez inserido o fato na rotina, o profissional contabilizará no tempo e semana devidos, o fato aqui ilustrado.
Neste fluxo e estado de coisas, notamos: somos dependentes do tempo, dos atos, dos fatos, dos departamentos e das pessoas que neles trabalham. Diferentemente, na área jurídica, por exemplo, há uma dependência (e grande) da tramitação dos processos no Fórum, nos órgãos, entre outros, mas não há a mesma dependência nos atos, e simplesmente porque os advogados são executores dos atos__são precisamente atuantes__, trabalhando assim na linha de frente dos futuros fatos, o que evidência estar em ação. Também ocorre nesta área a dependência pessoal e departamental, mas em grau menor do que concerne à Contabilidade.
O caso clássico do departamento Financeiro__faz-se necessário até contar com a dependência que o mesmo tem do fechamento via sistema__, nos coloca a espera de suas rotinas concluídas. Uma Diretoria que autoriza pagamentos e delega negociações tanto quanto prorrogações de vencimentos a seu Encarregado, atua especialmente na linha de frente realizando os atos que serão fatos documentados em papéis logo a seguir __Financeiro que atua como meio de campo. Ficamos igualmente na vigília e aguardo de suas ações até o fim do fato consumado.
A área de Vendas, realizadora máxima da propulsora área de Marketing __sua aliada maior__, é um sinônimo de alavancagem para os negócios da empresa, e a par e passo com a parceira, juntas, têm que atuar para abrir portas (novos clientes) com atitude de dupla de área, onde para mim, não se distingue muito bem quem é o centroavante. É assim que as coisas são na área Comercial. Em relação às duas, a dependência departamental é tão pequena, que costumam ser, uma ou outra, “a menina dos olhos” de, pelo menos, um Diretor.
Atua assim a Contabilidade na linha de fundo, onde há um goleiro que não pode deixar nada passar. Mas, numa teoria moderna de jogo, tais defensores não podem viver só plantados na retranca, sendo obrigados a avançar, a se mobilizar, buscando a informação. Na medida em que avançam, vão tomando ciência dos atos que estão ocorrendo e, verificando, em parte, os fatos que vão se concretizando. Desta forma, podem adiantar passos de suas ações__diga-se, ações passivas__, e colaborar com orientações e sugestões quando não perguntados, pois, todo setor legal da empresa, geralmente ligado à área por afinidade, é base e diretiva para qualquer ação de qualquer departamento aqui citado, incluindo o próprio Jurídico.
Percebe-se que nisto está, por menor que seja, a dependência de todos os departamentos à área contábil, o fim de uma linha de jogo. Dos resultados apurados, balanços fechados, análises concluídas, irá se obter um mapa de toda a situação administrativa, financeira e econômica da empresa. Nesta hora, a gestão contábil poderá verificar, apontar, sugerir e aconselhar tecnicamente o administrador, sobre as melhores decisões a serem tomadas, participando mais efetivamente dos negócios. Cabe então, dentro desta dependência geral que nós temos, o importante papel de finalizadores: aqueles que vão marcar os gols.
Fonte: Portal Contábeis
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
domingo, 18 de setembro de 2016
Contador continua sendo uma das profissões mais resistentes a crise
Apesar da crise, alguns segmentos do mercado continuam oferecendo oportunidades profissionais em 2016, segundo levantamento da Wyser(...)
Engenheiros de petróleo, civil e naval, além de jornalista, estão em baixa.
Candidatos a emprego podem se sobressair com novas especializações.
Candidatos a emprego podem se sobressair com novas especializações.
Apesar da crise, alguns segmentos do mercado continuam oferecendo oportunidades profissionais em 2016, segundo levantamento da Wyser, empresa especializada em recrutamento e seleção para média e alta gerência da multinacional italiana de recursos humanos Gi Group.As áreas financeira, farmacêutica, agronegócios, comercial, tecnologia da informação continuam requisitando profissionais. Segundo avaliação da Wyser, em 2016, mais do que nunca, as empresas continuarão optando por profissionais resilientes, com capacidade de inovar e encontrar oportunidades de crescimento e, principalmente, gerar rentabilidade aos negócios mesmo com poucos recursos.
“Domínio do inglês ou outra língua estrangeira, especialização e flexibilidade para usar seus conhecimentos técnicos em outros segmentos são características bastante procuradas hoje por empresas”, diz Otávio Granha, gerente regional da Wyser do Norte, Nordeste e Sudeste.
No entanto, outros setores mais afetados pela crise, como a construção civil, mineração, indústrias pesada e naval e turismo, os profissionais terão mais dificuldade para encontrar uma oportunidade ao longo do ano. “Mas em alguns mercados, como turismo, um MBA ou pós-graduação pode contar pontos no cargo de gerência. Já para engenheiros, a consultoria de gestão é um campo a ser explorado”, diz Granha.
Veja profissões resistentes à crise:
Contador – É cada vez maior nas empresas a necessidade de corte de custos, análises contábeis/financeiras, cálculo de rentabilidade do negócio etc. Profissionais com inglês fluente e passagem por consultoria big four (as quatro maiores do mundo) serão bastante demandados.
Atuário – O mercado de seguros, consórcios e previdência privada é um dos que mais crescem no Brasil. Devido a poucos cursos de ciências atuariais no país, profissionais com sólida formação técnica e acadêmica nessa área serão muito demandados nos próximos anos.
Bioquímico/Farmacêutico – O mercado de Healthcare e Life Sciences é outro que vem apresentando crescimento constante no país. Indústrias farmacêuticas, laboratórios de pesquisa avançada e produtos de beleza e higiene pessoal demandam cada vez mais profissionais com essa formação.
Engenheiro Eletricista – Profissionais com essa formação podem atuar em empresas de energia renovável, telecomunicações e projetos de expansão de redes elétricas. Conhecimentos avançados de inglês e alemão são garantias de boas remunerações.
Agrônomo – Não há crise no agronegócio. O Brasil, como celeiro mundial e inovador em pesquisa agrícola fornece boas oportunidades, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo.
Advogado – Profissionais especializados na área tributária são requisitados para trabalhos de consultoria, gerando ganhos consideráveis para as empresas. Também há uma grande demanda por profissionais especializados na área societária, de fusões e aquisições.
Engenheiro de Produção – Profissionais com experiência em consultoria de gestão, mapeamento, redesenho de processos e gestão de projetos têm sido necessários para fortes reestruturações nas grandes empresas.
Físico – Com grande capacidade analítica e quantitativa, muitos físicos têm sido contratados por empresas da área financeira, como hedge funds e mercado financeiro em geral.
Físico – Com grande capacidade analítica e quantitativa, muitos físicos têm sido contratados por empresas da área financeira, como hedge funds e mercado financeiro em geral.
Analista de Sistemas/Computação – Com crescimento do mercado de tecnologia da informação (TI), profissionais com experiência em programação e habilidades para desenvolver soluções são demandados em quantidade crescente.
Sociólogo – Pessoas com essa formação são cada vez mais utilizadas pelas empresas para pesquisas de mercado, análises quantitativas de clientes e comportamento do consumidor. A área de ciências políticas também demanda analistas de conjuntura nacional e internacional.
Veja profissões em baixa:
Engenheiro Mecânico – Há uma forte crise no Brasil no setor metal-mecânico. Além disso, o mercado de automação e mecatrônica também não apresenta forte crescimento.
Geofísico – A carreira está em baixa devido à falta de novos projetos de infraestrutura e mineração no país.
Jornalista – Com as rápidas mudanças na mídia e no setor editorial mundial, muitas reestruturações têm ocorrido, com consequente corte de pessoal.
Engenheiro Civil – As crises no cenário político econômico praticamente interromperam novos projetos de infraestrutura e construção no Brasil. Muitos profissionais que escolheram a carreira devido ao boom dos anos anteriores estão desempregados. Além disso, há excesso de oferta de mão de obra no mercado.
Engenheiro de Petróleo – Forte crise de confiança no governo, entraves políticos e falência de grandes players do setor afetaram a indústria de petróleo. É uma das carreiras que mais sente a queda do mercado.
Turismólogo – Antes chamado de “profissional do futuro”, o turismólogo tem sido preterido por candidatos com formação em administração. Um MBA ou pós-graduação em gestão pode ser o diferencial para cargos de gerência em grandes redes internacionais.
Engenheiro Metalúrgico – A desaceleração do crescimento da economia mundial, aliada à concorrência chinesa, tem causado forte crise na área. Empresas de metalurgia, siderurgia e refratários possuem perspectiva de fortes cortes de pessoal.
Geólogo – A crise no setor de mineração é uma das maiores do país. Dificuldades com o marco regulatório, queda de preços do minério e problemas ambientais têm causado uma quase paralisia nos investimentos.
Engenheiro Naval – A crise no setor de óleo e gás, aliada aos escândalos de corrupção nos grandes consórcios e estaleiros, praticamente estagnou a encomenda de embarcações de grande porte. Como alternativa à baixa demanda por profissionais, um mercado recomendado para esses profissionais é o de consultoria de gestão.
Engenharia Ambiental – A queda no número de projetos de obras públicas e de mineração está contribuindo na queda da demanda por projetos de licenciamento ambiental. Recentes acontecimentos, como desastre ambiental e crise hídrica, podem voltar a aquecer a necessidade de profissionais com essa formação.
Fonte: G1
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Câmara pode aprovar hoje o projeto que cria o Microempreendedor Rural
De acordo com o projeto, pode virar MEI Rural quem faturar até R$ 81 mil por ano
votação do projeto do novo Supersimples na Câmara vai depender da disposição dos deputados, após a conclusão do processo de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Brasília - Cerca de 17 milhões de trabalhadores, agricultores familiares e produtores do campo poderão sair da informalidade e se cadastrar como Microempreendedor Individual (MEI) Rural se a Câmara aprovar hoje o projeto do novo Supersimples, após quase dois anos de tramitação da matéria no Congresso.
Essa é uma das principais novidades do projeto, segundo o novo relator da matéria e autor da proposta do MEI Rural , o deputado federal Carlos Melles (DEM-MG). Há dez anos, ele foi relator da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e, no final de 2008, do projeto que criou o MEI.
"São quase 17 milhões de brasileiros na informalidade", estimou o relator, que já foi presidente da Frente Parlamentar do Café e ex-ministro do Esporte e Turismo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 2000 a 2002. "Os boias-frias vão poder passar a ser empreendedores rurais, trabalhando por produtividade, que é um grande segredo."
A votação da proposição vai depender da disposição dos deputados federais, após uma das sessões mais importantes já realizadas este ano na Casa, após a aprovação da admissibilidade do processo que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
No caso, foi a votação do processo de cassação do ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele é acusado de haver mentido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ao afirmar que não tinha contas bancárias no exterior.
Assim, de acordo com o projeto, pode virar MEI Rural quem faturar até R$ 81 mil por ano. Esse também é o novo limite de receita anual para o MEI urbano, que atualmente é de R$ 60 mil.
Como contribuição previdenciária, o MEI rural paga 5% do salário mínimo e mais valores simbólicos de Imposto Sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com isso, passa a ter Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e pode emitir nota fiscal.
Melles observou que a criação do MEI, que hoje já conta com 6 milhões de pessoas cadastradas, teve como lastro dar ao empreendedor da cidade a dimensão da liberdade no aspecto legal, permitir sua inclusão na sociedade.
"Por isso, é importante dar ao homem do campo essa possibilidade de viver da sua produção, de traçar o seu caminho", argumentou.
De acordo com o parlamentar, no processo de aperfeiçoamento da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, é fundamental olhar para um setor que muitas vezes é despercebido e desvalorizado, como é o caso do setor rural, mais especificamente os pequenos produtores e dos trabalhadores rurais. Na visão de Melles, passou da hora do boia-fria ser mais bem recompensado por suas atividades e a melhor forma é dar a ele a dignidade da formalização, com direitos trabalhistas e previdenciários e acesso a crédito.
"Esse trabalhador merece ter seu esforço reconhecido", afirmou o deputado. "Ele pode ter a sua máquina. Hoje existem máquinas com uma versatilidade em que ele trabalha nas estradas rurais, trabalha nas rodovias privatizadas. Colhem, podam, fazem jardinagem. É uma melhoria formidável neste setor."
Como MEI, o empreendedor rural terá garantido benefícios como a fiscalização tributária orientadora, alvará, acesso a mercados e simplificação das relações de trabalho.
Segurado especial
A proposta traz a vantagem de o produtor rural se inscrever MEI, sem acarretar a perda dos benefícios de segurado especial da Previdência Social.
Segundo o extinto Ministério da Previdência, o produtor rural ao se inscrever como MEI não deve perder os benefícios adquiridos. Porém, para que isso aconteça, é preciso inserir novas atividades na lista das permitidas para o Microempreendedor Individual.
É o que estabelece o projeto, ao enquadrar como MEI "o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural".
Segurados especiais são os trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem utilização de mão de obra assalariada. Estão incluídos nessa categoria os cônjuges, os companheiros e os filhos maiores de 16 anos que trabalham com a família em atividade rural. Também são considerados segurados especiais o pescador artesanal e o índio que exerce atividade rural, e os familiares que participam da produção.
Sempre que o segurado especial vende sua produção rural, pessoa jurídica, consumidora ou consignatária, o produtor desconta o respectivo recolhimento ao INSS.
O trabalhador rural também pode optar pela contribuição de segurado facultativo e contribuir sobre a alíquota de 20% do salário-de-contribuição.
As mudanças propostas no projeto do Supersimples em tramitação
Uma das principais mudanças do projeto do novo Supersimples é o aumento do teto do faturamento para empresas enquadradas no oficialmente denominado de Simples Nacional, a partir de 1º de janeiro de 2018.
O teto do faturamento da pequena empresa, para optar pelo Supersimples, que reúne oito tributos numa única guia de recolhimento, passa de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. É prevista ainda transição gradual e progressiva das faixas de alíquota de acordo com o faturamento e ampliação das atividades de serviços que podem optar por faixas de alíquotas menores do Supersimples, a exemplo de atividades médicas e odontológicas.
Também são enquadradas como micro e pequenas, para efeito de adesão ao Supersimples, as organizações da sociedade civil (OSC), exceto sindicato, associações de classe ou representação profissional e partidos políticos e suas respectivas fundações.
As micro e pequenas empresas poderão optar pelo parcelamento especial para débitos do Supersimples vencidos até maio de 2016.
Fonte:Fenacon
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Revisão das normas contábeis reforça o uso da escrituração
Obrigatoriedade de manutenção da escrituração contábil regular pelas pequenas e médias empresas é uma das mudanças que estão em análise
A Norma Brasileira de Contabilidade – Pequenas e Médias Empresas (NBC TG 1000) -, a mais abrangente por atingir a maioria das companhias brasileiras, está em processo de revisão pela primeira vez.
Profissionais do setor debruçam-se sobre a “bíblia” da contabilidade, em vigor desde 2010, para alterar pontos considerados importantes, justamente num momento de crise econômica que tem afetado, sobretudo, as empresas de médio e pequeno porte.
Serão modificados 55 itens. As alterações propostas foram submetidas a uma audiência pública que terminou no dia 17 de agosto e agora serão analisadas por grupos de trabalho do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Depois de aprovadas, entrarão em vigor a partir de janeiro de 2017.
Entre as alterações está o esclarecimento de que todas as subsidiárias adquiridas com a intenção de venda ou alienação no prazo de um ano serão excluídas da consolidação do balanço.
O texto também orienta sobre como contabilizar e divulgar essas subsidiárias. De acordo com o vice-presidente técnico do CFC, Zulmir Breda, mais importante do que as alterações do texto, é o reforço feito pelo IASB (International Accounting Standards Board), organismo internacional independente que edita as normas IFRS, da obrigatoriedade de manutenção da escrituração contábil regular pelas pequenas e médias empresas.
LEIA MAIS: Ainda é possível substituir a Escrituração Contábil Digital
“Em muitos países, incluindo o Brasil, a legislação tributária não obriga as empresas a manterem uma escrituração contábil regular, mas apenas para fins tributários.
“Em muitos países, incluindo o Brasil, a legislação tributária não obriga as empresas a manterem uma escrituração contábil regular, mas apenas para fins tributários.
E muitos empresários levam essa interpretação para a gestão da empresa como um todo. Enxergam a contabilidade mais organizada, gerencial, como um custo adicional, quando na verdade é um importante instrumento de gestão do negócio”, analisa.
A crise econômica atinge em cheio as micro e pequenas empresas, mesmo com o tratamento tributário diferenciado e simplificado proporcionado pela legislação do Simples Nacional, que reúne todas as obrigações numa única guia.
Se a simplificação não foi capaz de aumentar a taxa de sobrevivência, tudo leva a crer que o que falta em grande parte das empresas menores é uma gestão adequada. E gestão só se faz com uma contabilidade organizada.
Na opinião de Breda, prestar informações ao fisco por meio de obrigações acessórias passou a ser há muito tempo uma tarefa secundária dos contadores.
Para alcançar a sustentabilidade de uma empresa, independente do porte e tamanho, é preciso manter uma contabilidade organizada e usá-la como um importante instrumento de gestão.
A contabilidade gerencial auxilia no planejamento do negócio, na precificação de produtos e serviços, no planejamento e controle de custos, na gestão do fluxo de caixa, na maior transparência da gestão.
Bem aplicada e alinhada, é um instrumento que revela e antecipa cenários, servindo como uma bússola à medida que aponta caminhos para a tomada de decisões muito mais precisas.
Não sem razão, segundo Breda, a escrituração contábil é vista como cláusula pétrea da norma.
Não sem razão, segundo Breda, a escrituração contábil é vista como cláusula pétrea da norma.
Ele chama a atenção para a mudança de postura, nos últimos anos, da Receita Federal, que historicamente nunca exigiu das empresas menores uma contabilidade regular, talvez porque não imaginasse a representatividade dessas companhias no futuro em termos de arrecadação tributária.
Hoje, entretanto, o fisco revê essa exigência com a implantação doSistema Público de Escrituração Digital (Sped) e seus diversos módulos, como a Nota Fiscal Eletrônica e a ECD (Escrituração Contábil Digital), que têm tirado o sono das companhias, principalmente daquelas que não davam a devida atenção aos seus controles.
“O fisco faz caminho inverso do que fez no passado e passa a exigir a contabilidade das empresas em meio digital, primeiramente para as empresas maiores, mas sabe-se que atingirá no futuro as menores”, explica.
Como as alterações em curso na NBC TG 1000, é possível que ocorram mudanças em alguns pontos da Interpretação Técnica Geral (ITG) 1000, uma simplificação da norma aplicada às PMEs, editada em 2012, que traz procedimentos ainda mais simplificados.
Essa norma tem 18 páginas e é voltada para as microempresas e empresas de pequeno porte, usando como parâmetro um faturamento anual até R$ 3,6 milhões, o mesmo do Simples Nacional.
Um grupo de estudos do CFC ainda está estudando os impactos da revisão em curso na ITG – 1000 para saber se será preciso aprimorá-la.
Para o vice-diretor cultural do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindicont-SP), Claudinei Tonon, a revisão da norma, realizada de três em três anos, vai trazer maior segurança aos contadores.
“As alterações propostas trarão maior clareza no texto, facilitando a interpretação”, resume. Ele cita alguns exemplos.
O termo reavaliação, mecanismo usado na contabilidade para trazer um ativo para o valor de mercado, será acompanhado da expressão “quando permitido por lei”.
Até então, não havia clareza sobre quando usar esse mecanismo. Outra mudança que ele considera importante foi a substituição da expressão “despesas com impostos” por “despesas com tributos”.
Conceitualmente, o imposto é das categorias de tributo, assim como as contribuições sociais.
O contador lembra das dificuldades enfrentadas pelas empresas brasileiras para entender, logo no início da adoção, as normas contábeis internacionais, que foram adequadas em todos os países, seguindo uma diretriz básica.
“No início, tivemos uma edição complicada, com erros na tradução do texto, tornando muito difícil a interpretação e gerando muitas dúvidas”, recorda.
Devido à dificuldade de aplicar a norma, em 2012, foi editada a ITG 1000, permitindo a adoção pelas empesas do Simples e do Lucro Presumido, com faturamento até R$ 3,6 milhões.
De acordo com Tonon, entretanto, embora com procedimentos mais simplificados, para adotar a ITG 1000, é preciso entender e conhecer a NBC TG 1000, daí a importância da revisão.
A discussão das alterações nas normas voltadas às pequenas e médias empresas será o tema do 20º Congresso Brasileiro de Contabilidade, que será realizado em Fortaleza de 11 a 14 de setembro.
Fonte: Diário do Comércio
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